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Súmula Histórica do Sport União Sintrense

( 7 de Outubro de 1998 )

PEQUENA SÚMULA HISTÓRICA DO SPORT UNIÃO SINTRENSE

Escrita e lida em Outubro de 1998 na Sessão Solene do 87º. Aniversário pelo Sr. Pinto Vasques

 

Os primeiros passos para a implantação do futebol em Sintra dão-se por volta do ano de 1908.Com efeito, naquele ano, foram levadas a cabo obras de restauro do Palácio Nacional da Vila, obras que foram confiadas a diversos operários, vindos expressamente de Lisboa para executarem os trabalhos tidos como necessários por mão-de-obra especializada.

 

Foram esses mesmos operários que acabaram por fazer as primeiras demonstrações do chamado jogo da bola, no terreiro do Palácio, demonstrações que o rapazio começou por seguir e ao mesmo tempo assimilando as primeiras regras do futebol. Os principais clubes só começaram a ter alguma expressão desportiva a partir de 1906/07, na altura em que surge o primeiro quadro competitivo da época, sob a égide da nova! Liga de Football Association, pontificando então, o Carcavelos, o Sport Lisboa, o Lisbon Cricket e o Clube Internacional de Lisboa. Nos arredores de Lisboa com excepção de Carcavelos, onde os ingleses do Cabo Submarino eram os principais mentores e senhores do futebol daquela época, nada se sabia ou conhecia sobre esta modalidade

 

É, portanto, nesta altura, que alguns jovens se reúnem periodicamente nos terrenos da antiga praça de touros, na Estefânia, (onde hoje, se situa o Mercado Municipal) para darem ali uns pontapés na bola, uma bola muito artesanal que segundo testemunha ainda viva, conta que era muito irregular e tremendamente pesada, a tal ponto que quando batia na cabeça de alguém era de uma pessoa ficar meio tonta. Joaquim Pereira Pinto, João Veludo, Ruben Vasques entre outros eram os senhores que se exibiam de ceroulas e umas camisolas às riscas verticais, encarnadas e brancas. Segundo, conta António Félix, prestes a comemorar os seus cem anos no próximo mês de Dezembro, e testemunha destes pseudo jogos dos mais adultos, ele e os seus companheiros de brincadeira também para ali se deslocavam para dar o seu pontapé na bola. Nunca se organizou um clube, apenas se jogava por mero prazer e distracção. Há documentos, que atribuem a fundação do Sintrense a Outubro de 1908, talvez porque os que se lhes seguiram quisessem ter como ponto de partida do clube essa data, mas é ponto assente que o verdadeiro Grupo Sport União Sintrense, haveria de nascer na Escola Domingos José Morais, fundado pelos irmãos Félix, Elísio João Gordo, os irmãos André, António Prudêncio. José Cardoso, Narciso Casulo, Augusto Bicho e Gil Pereira, entre outros, todos alunos desta Escola, tomaram como emblema um leão que assentava as patas dianteiras sobre uma bola de futebol, sendo as primeiras camisolas encarnadas e calções brancos. Este equipamento manteve-se durante largos anos, passando mais tarde a ser usado outro ligeiramente diferente: calções azuis e camisola encarnada, talvez por influência do equipamento do Torreense, clube rival na década de trinta, onde ficaram célebres alguns embates entre as duas equipas.

 

A primeira grande Guerra de 1914 que se prolongaria até 1919, paralisou praticamente toda a actividade desportiva de então. Só a partir de 1920 é que o Sintrense retoma a sua actividade futebolística quer competindo com os clubes do concelho, Sintrense, S. Pedro e Sintra Futebol Clube da Vila Velha, nos Seteais, frente ao Palácio, gentilmente cedido pelo Conde De Sucena. então proprietário deste monumental imóvel, e ali se dirimiam os jogos entre estes clubes rivais, vividos com um entusiasmo e um ardor tais que raras vezes acabavam em autêntica pancadaria. Os rapazes do Sintrense equipavam-se na taberna do Manuel da Neta e dali partiam com as balizas para os Seteais, as quais voltavam de novo para a Estefânia no final dos jogos. A rivalidade entre os três bairros era tremenda, sendo os Paços do Concelho a "fronteira" entre a Vila e a Estefânia. S. Pedro também não se ficava sem puxar dos seus galões, ficando célebre e quase anedótica a deslocação de alguns residentes aos Paços do Concelho para exigir a independência do seu bairro. Ainda, hoje, em jeito de graça se chama ao bairro de S. Pedro o "Estado Independente".Alguns clubes de Lisboa passaram a visitar Sintra sendo O Império aquele que deu mais brado. Na retribuição de um destes jogos ao Campo do Palhavã, os jogadores do Sintrense ficaram sem a roupa que lhes fora roubada tendo valido o empréstimo de algumas roupas para poderem chegar até Sintra, minimamente vestidos e a tiritar de frio.

 

Em 1932, 0 Sintrense filia-se na A.F.L, mas só a partir de 1936 é que começa a competir oficialmente integrando o núcleo Sintra Cascais e Oeiras provas onde participou sempre até próximo do anos 50.Um dado curioso ocorre neste período O Sintrense não tinha dinheiro para comprar equipamentos, a fim de entrar nestas provas oficiais. Recorre então 'Câmara Municipal, solicitando ajuda para esta carência fundamental. É então. que o antigo Administrador do Concelho Capitão Américo dos Santos dá a ajuda necessária, exigindo que a partir desta data o Sintrense deveria jogar com as cores da bandeira do concelho, amarelo e azul, passando o emblema do município a ser o distintivo oficial do clube. Esta alteração que então se verificou acabou por vingar sem que tivesse havido oposição mantendo-se até aos dias de hoje. Com a organização dos campeonatos de Lisboa da 1, 2 e 3 Divisões, campeonatos que eram seguidos com verdadeiro interesse, onde Benfica, Sporting. Belenenses, União de Lisboa e Carcavelinhos dirimiam entre si os títulos de campeão de Lisboa o mesmo acontecia na 2ª Divisão com os célebres jogos entre o Estoril e os Fósforos sempre escaldantes pela luta pelos primeiros lugares de parceria com o Chelas O Marvilense, o Sacavenense, o Casa Pia,o mesmo acontecendo com a terceira divisão com jogos entre clubes que ficaram para sempre gravados na memória dos mais antigos corno urna célebre final jogada entre o Sintrense e o Arroios na qual saiu vencido tangencialmente arrastando naquele tempo uma pequena multidão até Lisboa no campo do actual Hóquei C. de Portugal .. Em 1953,0 Sintrense treinado pelo saudoso João Pascoal, urna velha glória do Barreirense conquistou o seu primeiro título de campeão regional de Lisboa, cujo troféu está exposto na sua vitrina. Celebre também uma final entre Sintrense e Sacavenense para ascensão à 2a Divisão de Lisboa em que o Sintrense acabaria por perder por urna diferença de um golo em Sacavém. Eram jogos muito competitivos e de grande interesse entre as populações que tinham os seus clubes representados nestes campeonatos como eram por exemplo, o Águias de Vila Franca e o Operário de Vila Franca que mais tarde se fundiram para darem origem à actual União Vilafranquense.

 

Depois vieram os campeonatos nacionais o Sintrense na sua série em 1964 qualificou-se para a final de acesso batendo o Tramagal ascendendo à 2ª. Divisão Nacional onde se manteve galhardamente durante 15 anos. No ano da sua estreia sob a batuta de Veríssimo um velha glória da célebre equipa dos violinos, conquistaria a sua melhor classificação de sempre, o 5° lugar. Esta Divisão extremamente competitiva poderia muito bem equiparar-se à actual II Divisão de Honra, pois nela pontificavam clubes que deram brado no futebol, como o Beira Mar, Famalicão, Barreirense, Farense, Portimonense, Covilhã, etc., etc. A falta de estruturas para assegurar a desejada continuidade nesta exigente e dispendiosa competição foram-se acentuando de ano para ano e logo que por imposição dos regulamentos, o Sintrense teve que mudar para a zona centro, a queda foi inevitável, caindo progressivamente de escalão para escalão até chegar aos regionais. Com um grande realismo e um forte desejo de inverter esta situação vários dirigentes tomaram as rédeas do clube e começaram por erguer um conjunto de infra-estruturas com os olhos postos no futuro. Paulatinamente, mantendo sempre aceso o interesse desportivo entre os seus sócios e simpatizantes, o velho clube decano do desporto sintrense, foi subindo a pulso num esforço constante e sustentado, ganhando e conquistando meios de auto-suficiência económica sem descurar o factor desportivo dentro de uma lógica de gastar apenas o possível dentro do seu orçamento. Com urna política de rigor, sempre seguido à risca, o Sintrense com serenidade e firme nos seus planos de desenvolvimento, foi subindo as escadas do sucesso económico e desportivo.

 

O Sintrense tem hoje uma base de solidez económica que lhe permite olhar o futuro com esperança, tem seguramente argumentos que lhe garantem poder ir um pouco mais longe. Porque sabemos as dificuldades que tivemos e com as quais lutamos permanentemente iremos continuar a subir degrau a degrau para um dia atingirmos o tal ponto mais alto, onde possamos, enfim, olhar o caminho percorrido com a certeza de atingirmos a meta dos nossos sonhos. Não falta tudo já esteve mais longe. Tenhamos todos fé que lá chegaremos. Eis, a traços largos alguns dos mais salientes pontos do historial do Sintrense, um velho clube que hoje perfaz 87 anos de vida. Devemos-lhe todo o nosso respeito e o amor que o seu passado nos impõe, e por isso vamos todos unidos batermo-nos por um clube que é de todos os sintrenses com a consciência de que saberemos sempre honrar os seus pergaminhos, a sua história para a qual todos não seremos demais para a tornar mais viva e mais rica.

Viva o Sport União Sintrense.

Outubro de 1998

 

 

 

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Adriano Filipe

 

 

 

 

 

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